sábado, 19 de fevereiro de 2011

presença

Tentei ser forte e lutar, estava deitada e para além de um aperto, a música era a minha única companheira, aguardava ser capaz de conseguir manter unicamente aquela presença, mas de imediato e sem que eu quisesse, uma imensão de lágrimas percorreram a minha cara, continuando por todo o meu corpo. Fazia me lembrar, como quando aquelas lágrimas eram as tuas mãos, a música era a tua voz, e o aperto os teus braços. Uma mistura de sentimentos corriam de um lado para o outro, sem destino nem vontade de travar, punham o meu sentido à roda e proporcionavam me uma enorme dor de cabeça. So imaginava conseguir estar sozinha, mas a minha cabeça é lírica de mais para conseguir manter se livre de quaisquer pensamento. Levei as maos a cabeça, tapei os olhos, e vi a intensidade de como o meu passado vinha a correr ter comigo, e já quase para me tocar transformava se em presente, e fungindo ocultando se como futuro. Descobri que o meu grande problema é deixar que o meu passado se apodere de mim, e me influencie nas minha decisões. Fiz do meu passado uma companhia que agora não me abanadona nunca, ensinei lhe a lutar e a ser forte, e agora a sua grandeza é bruta de mais para que eu seja capaz de derruba lo. Ele deveria estar presente, mas não desta maneira. Ele sofre e ensina me a ter medo do futuro, fazendo com que eu sofra antecipadamente. A ausência de alguém no passado, faz me ter saudades de alguém que está comigo constantemente. O meu grande problema é viver o presente no passado.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

tiros e beijos




Iludi me com meras palavras que me faziam sonhar, fui fraca ao ponto de me deixar levar por um conjunto de letras que faziam sentido, mas não tinham qualquer razão, ao mesmo tempo, apaixonei me por sentimentos psicológicos , que afirmam descender do coração, quando voam na cabeça e correm na imaginação. Deixei me vencer por letras e batidas, que me fizeram correr e perder lutas vencidas. Doei todo o tempo que tinha a viver na ilusão e imaginar a realidade, e quando acordei deparei me, não com letras, mas com factos, não com sentimentos, mas com gestos. Admito que ao principio lidar com a frontalidade me assustava, criar em vez de imaginar era constrangedor, o pior foi descobrir a verdadeira diferença de viver e sonhar,  encontrar a grande cumplicidade entre iludir e desiludir, tal como a grande parcialidade da razão e da verdade. Foi uma mudança indescritivel, e uma vez mais vez doei todo o meu tempo não a sonhos mas a erros. Julgava já ser mestre, quando mal era aprendiz, e auto confiei em mim própria, vivendo um mundo de escolhas incertas. O facto de perder abatia me, sendo que agarrar a importancia do ganhar era totalmente desvalorizado. E quantas vezes os meus pés não sentiram o ar em que a minha cabeça pairava? Quantas delas a minha testa não sentiu paredes, tanto frágeis como firmes? Quantos gritos não soltei e suspiros expulsei?
Sofri horrores que não vulnerava tocar e passei bocados que não imaginava olhar.
Passagens que escrevo, não são dias contados mas anos passados.
O cinismo e a ignorância, foram sentimentos que acompanharam todo o desprezo que vivi. Não sou mestre e jamais o serei, vivo uma vida composta de fases e escolhas, em que não há júris nem jurados, há vencidos e vencedores, separados por uma linha numa guerra totalmente inconstante.
Olhar a vida de uma forma complexa e cinica, não faz de mim revoltada e ignorante, mas vencida e vencedora.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

carta de despedida





Passei a vida a afogar me nas minhas próprias lágrimas,a lamentar me todos os dias pelas pessoas que perdi, pelos erros que cometi, e pelos erros que cometeram os outros. Passei todas as horas agarrada ao meu passado, chorei o , relembrei o, mesmo que sem que o fizesse ele próprio me lembrasse tanto de si como de mim. Vivi uma vida cheia de ilusões que se foram perdendo pelo caminho, sofri as desilusões, as percas tiraram me a alma e o passado matava me. Hoje, o que digo não é um acumular de acontecimentos de ontem, mas sim toda a minha vida. E a partir de agora sou imune a dor. Já não me importa perder quem quer que seja, não me importa errar, agora, não há nada, nada que me faça chorar, dor que me faça sofrer. No meu mundo existirei apenas eu e mais ninguem . Não há ninguem mais importante do que eu. E as únicas lágrimas que chorarei será apenas o suor da minha luta, e o sofrimento que me doará será apenas as feridas que sagrarão desta guerra. Lutarei ao lado do sofrimento contra a felicidade, pois ao junto do meu pior sofrimento está a minha maior felicidade. Eu não quero saber se vou perder quem quer seja, não me importa perder a pessoa que mais me ajudou, que mais me acompanhou, a pessoa que um dia mais amei. A partir de hoje, amar me ei unica e exclusivamente a mim própria. Serei dona de mim mesma, tomarei muito bem conta de mim. E seremos apenas nós, eu e eu. E não há, ninguem mais no mundo, que me fará deitar uma unica lágrima, a não ser eu.