sábado, 15 de janeiro de 2011

sozinha




Nesse banco sentaste,
e nesse remo branco pegaste,
esse mesmo com que remaste
e comigo embarcaste.
Foi nesse barco que junto a mim navegaste,
ao meu lado cantaste,
ao meu ouvido sussuraste,
na minha mão agarraste,

o meu olho olhaste,
a minha força seguraste,
a minha ferida saraste,
e no meu coração entraste.
Foi com a minha força que lutaste,

A minha batalha travaste,
A tua lágrima limpaste,
A tua dor calaste.
Agora, não sei bem porque,
Já não estás aqui,
E o barco tem dois remos.
Mas só um é remado.
Por mais que tente não saio deste lado.
Ando às voltas, e o meu rosto está molhado,
Luto, mas o meu coração está cansado.
Remo, mas o meu braço não está habituado.

Só sei remar um remo,
Mas será com um que sairei daqui,
E antes de sair
Ainda o mundo vou descobrir.
Ainda vou passear,
E junto a marés navegar.
Por mais gentes que aqui se venham sentar,
Deste mar,
Sozinha irei desembarcar.

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